Quem foi Jaime Magalhães Lima?

Para conhecermos melhora figura a quem pertencia a quinta onde estamos a trabalhar, decidimos realizar uma pequena pesquisa:
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Jaime Magalhães Lima, filho de Sebastião Carvalho Lima, e de Leocádia Rodrigues de Magalhães, nasceu em Aveiro, a 15 de Outubro de 1859. Teve três irmãos: Lucila Cármina, Zulmira e Sebastião Magalhães Lima. Era alto, magro, tinha longas barbas e um andar enérgico. Estudou, tal como o seu irmão, na Universidade de Coimbra, tendo-se licenciado em Direito, no ano de 1880. Durante o seu período de estudos, travou amizade com Ramalho Ortigão, Oliveira Martins e, especialmente, com Antero de Quental.
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Ao longo da sua vida, praticou as profissões de escritor, contista, ensaísta, romancista, conferencista, jornalista e publicista, tendo sido autor de trinta livros, de catorze conferências publicadas, de quinze prefácios, de quatro traduções de obras francesas e inglesas, e colaborador de trinta e três revistas e quarenta jornais. Teve também uma vida política extremamente activa, representando o partido monárquico: foi deputado às cortes por Viana de Castelo e Aveiro, dirigente do Partido Regenerador Liberal em Aveiro, Governador Civil do Distrito, Presidente da Câmara Municipal de Aveiro e Provedor da Santa Casa da Misericórdia.
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Terminou a sua vida política com a queda do Franquismo, do qual fora adepto em 1908. A instabilidade política em Portugal no início deste novo século fá-lo mudar de Aveiro para Eixo. Aí, dedica-se à literatura e à Natureza, habitando na quinta por ele plantada, na qual figuram mais de cemm espécies de eucaliptos. Esta quinta constitui um dos maiores arvoredos de eucaliptos da Europa, e apresenta uma imperssionantes biodiversidade vegetal. Jaime Magalhães dizia ver nas árvores um sinal da grandeza de Deus, e considerava-as uma das suas obras mais belas. Descobria na Natureza "um pensamento moral, uma voz da consciência, uma voz do heroísmo, uma voz de humildade e até uma voz de opulência e dissipação". Podemos, a partir da sua obra, concluir que se interessava por silvicultura e agricultura. Jaime Magalhães Lima era também um fervoroso adepto do vegetarianismo.
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Vivia, então, como que exilado na sua quinta, à qual deu o nome de Quinta de S. Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis, fundador dos Franciscanos. Este Santo era o patrono dos animais e do Meio Ambiente, e Magalhães Lima via nele um exemplo moral, um homem simples, interveniente e em comunhão com a Natureza.
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Jaime Lima acabou por falecer, na sua quinta, a 25 de Fevereiro de 1936.

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